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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Tio Juninho!!!

Me lembro exatamente de como aconteceu, não por ter estado lá e feito parte dessa cena, mas por pedir a minha mãe e a minha avó repetirem tantas vezes que eu posso até visualizar a cena.
Era uma manhã do dia 15/12/1992, uma mulher de 18 anos grávida de oito meses começa a sentir as dores da contração, o bebê queria nascer. Na casa só estava ela e um menino de 11 anos, cujo o qual acabou tentando carregar essa mulher até o hospital - haha, conhecendo minha mãe posso até imaginar a cara dela e como ela reagiu nessa hora - e então, basicamente sendo carregada por esse menino de 11 anos pelas ruas eles procuram algum táxi. Quando encontram, o pegam o mais breve possível e são encaminhados ao hospital da luz - não me lembro exatamente qual - e então lá essa mulher começa a ter contrações mais fortes. Realmente a criança estava pronta para nascer. Esse menino desesperado tenta avisar aos pais deles o que está acontecendo, mas os médicos não deixam ele sair do hospital por ter apenas 11 anos, então ele consegue ligar para a mãe dele e dar a notícia.
Desde esse dia, você se tornou meu herói tio, afinal não sabemos o que poderia ter acontecido caso você não estivesse lá, talvez eu não teria sobrevivido e hoje não estaria aqui, vinte anos depois escrevendo isso.
Acredito eu que, nesse dia uma ligação muito mais forte, não apenas de sobrinho e tio se criou entre nós dois, afinal sempre te amei demasiadamente.
Me lembro de muito momentos quando eu era criança e te tinha por perto. Me lembro dos ratinhos que tínhamos, de quando você me ajudava a fazer trabalhos de escola, me lembro da sua primeira namorada, a eterna Tia Gih. Lembro-me também de outras namoradas que você teve, lembro-me de quando você teve a sua primeira moto, de quando você foi morar sozinho em Santo André, lembro-me de um dia que você me ensinou a fazer brigadeiro de microondas, de quando cozinhávamos juntos, de quando arrumávamos a casa da vó juntos, ou então comíamos tomate com sal puro. Lembro-me de quando jogávamos vídeo-game juntos ou então brincávamos na rua onde a vó mora de noite, até tarde. De quando você me pegava para andar e dar voltas, para simplesmente sair e tomar um suco. Ou de quando eu fui morar com você, os meses em que passamos juntos - foram uns dos mais divertidos devo confessar. Lembro-me de quando você desabafava comigo, me dava conselhos ou broncas, as quais no começo eu odiava, mas depois de alguns minutos eu entendia que você fazia isso por me amar demais. Lembro-me de umas duas ou três vezes que fomos de São Paulo a Itatiba de moto e minhas pernas travando, você me dizia que não tinha problema eu ir abraçando você, pois você me amava. Lembro-me de quando você me protegeu do  Douglas uma vez, aquele que trabalhava com você. Eu estava dormindo, mas acabei acordando certa hora em que você disse para a Isa: "Eu falei para ele, que se tiver alguma brincadeirinha ele vai se ver comigo". Você não sabe, mas eu ouvi. Lembro-me do quanto eu me espelhava em você. Lembro-me de quando você me disse que você  odiava a escola, então tirava notas boas para terminar o quanto antes, me lembro do fichário do Frajolas, cujo o qual ainda tenho e para mim ele é de extrema importância, afinal eu o uso para fins religiosos hoje, lembro-me de quando você trazia para mim os biscoitinhos da sorte do China In Box, me lembro também do quanto eu me diverti e fui feliz ao seu lado. Você sempre com o seu jeito meio ignorante, mas o jeito do meu tio, o qual eu sempre amei. Lembro-me de tantas coisas, do Play2, de como passávamos horas e horas jogando tentando salvar algum jogo. O último foi The Godfather, lembra? Mas isso faz pelo menos 2 anos, se não mais. Lembro-me de quando eu ia trabalhar e você ia me buscar, ou me levar quando podia, lembro-me de um dia que você estava super mal, era uma noite fria no quintal da minha mãe, eu entrei peguei um cobertor e me cobri com você, lembro-me que você escreveu algumas cartas, a principal está comigo até hoje, guardada, e isso faz 2 anos já. Lembro-me de quando eu te ajudava na Telecarinho, ou então apenas ficava com você lá, te observando. Nessa época eu pensava "Quero ser que nem ele quando eu crescer", devo admitir que em partes hoje eu sou parecido com você, na verdade há muitos aspectos semelhantes entre nós. Hoje em dia você está casado, com filhos, outra vida outra família. E eu sinto falta de tudo isso que tínhamos. Lembra de quando íamos no lugar que vende milk-shake do centro de Itatiba e tomávamos milk-shake? Ou de quando você ia correndo para me encontrar quando sabia que eu estava na cidade? Sinto falta de tudo isso, mas só sinto falta por que eu te amo.
Sei que eu cresci de uma forma diferente do esperado, sou até considerado a ovelha negra da família em vários aspectos, mas ainda continuo sendo aquele Bubu que amava assistir filmes de terror com você, lembra? Chuck o Brinquedo Assassino, Cálculos Mortais entre tantos outros. Sempre te admirei pela sua inteligência, sempre quis ter a inteligência que você tem, e de fato tenho, busquei isso e hoje sou uma pessoa inteligente me espelhando em você.
Enfim, eu só escrevi isso para te falar o quando eu te amo e sinto a sua falta.
Beijos do seu sobrinho.

Bruno Marques Borges da Silva

Um comentário:

  1. tbm te amo muito meu querido, vc nao é a ovelha negra da familia e sim meu mais que sobrinho meu filho mais velho, pois te amo tanto amo Beatriz e Julia. e sabado nao consegui passar na casa da tua vo pois estava correria no Lava Rapido, e nao apareci na festa pois a festa tinha sido cancelada e marquei de ir para outro lugar, e nao tinha como desmarcar pois outra pessoas iriam comigo espero que vc apareca mais vezes aki em itatiba pra poder prestigiar tua presença mais e vc poder me pagar um suco na barraca de frutas da pista aonde nois ia com freguencia.. beijos abraços ha quase ia me esquecendo....
    TE AMO MUITO MEU QUERIDO.........MAIS MUITO MESMO......E MAIS E MAIS E MAIS.... TE AMOOOOOO...

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