Total de visualizações de página

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Brincando de se lembrar...



Feche os olhos,
Sinta a brisa do momento,
Ouça os barulhos a sua volta,
Consegue ouvir aquele carro passando ao longe? Ou aquele cachorro latindo? O barulho do vídeo game do vizinho? E os passos de pessoas andando na rua?
Isso te remete a algo?
A mim remete.
Primeira vez que te encontrei, lembro-me dos teus olhos ao mesmo tempo em que lá longe na avenida alguns carros passavam.
Alguns cachorros na rua latiam, com a passagem de pessoas estranhas – você era uma delas.
E as pessoas andando na rua? Lembra-te?
E o barulho do jogo de corrida que o vizinho estava jogando?
Pois então, lembro-me sim.
Agora mais uma vez, respire fundo, pense, repense e vá um pouco mais longe.
Consegue sentir a grama? Consegue sentir novamente a risada ao ver minha perna pinicando? E quanto ao barulho dos ventos nas folhas de árvores? Ou o primeiro toque daquele dia?
Você e eu deitados na grama de um parque, olhando para o nada, conversando sobre tudo.
O abraço desnivelado daquele dia. Enfim.
E do primeiro beijo? Faz assim, fecha os olhos, lembre-se das coisas nessa ordem. Farmácia, pastel, ônibus, sede, água, conversas, fotos, troca de números, metrô, catraca, abraço e... O beijo. Rápido, mas inesperado – eu acho.
Lembra-se do sabor? Pois é, eu me lembro. E depois de uma mensagem escrita “Nossa, que beijo gostoso”?
Certas coisas encravaram na minha mente.
Quer brincar mais um pouco de se lembrar de coisas que aconteceram pela primeira vez?
Pense no seguinte então, quarto bagunçado, cama, filme, colchão de solteiro. Beijos fortes e apertados, toques suaves e marcantes. Olhares penetrantes e hipnotizantes, terminando com minha cabeça no seu peito e nós dois dormindo até o dia seguinte.

É, memórias boas.



Aros Semen Amores

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Vida se esvaindo...





Sinta o gélido toque do morrer,

Sinta os seus últimos e contáveis suspiros,

Toma cuidado, a cada ar que você puxa,

Mais e mais estás bebendo da taça da morte.

Morte essa que é inevitável, morte essa que transforma.

Sua respiração torna-se ofegante,

O ar que estás puxando já não é mais suficiente...

Mas você sabe que, se respirar mais rápido, mais rápido morrerás...

Seu coração bate em uma mistura de adrenalina e medo, calma e pavor, vida e morte.

Assim como seus suspiros, sua energia é limitada,

Sabe que se o seu coração bater mais rápido, mais rápido morrerás...

Tente manter a calma.

Por uma vez, mesmo receoso, respire fundo.. Tentando acalmar o seu coração,

Lembre-se de tudo aquilo que foi bom,

Todos os momentos, pessoas que você amou.

Você esta com frio e na tentativa de esquentar o seu corpo,

Esforça-te para lembrar-te dos momentos mais calorosos que tivestes em sua vida.

Sua visão começa a falhar, você olha a sua volta e não encontra ninguém.

De sua garganta ecoa um som,

O qual ninguém consegue ouvir,

Pois fora muito baixo e não ha ninguém a sua volta.

Não ha o que fazer... Estás sozinho, sem nada e nem ninguém...

E finalmente depois de tanto desespero, você vê uma imagem preta embaçada a sua frente.

Não consegues focar a imagem e essa pessoa vem até a ti.

Seu coração se alegra em finalmente ver alguém,

Alguém que vai te escutar e vai te ajudar.

Em um grito você solta uma ultima frase

"Diga a ele que eu o amo"

E seu coração está rápido, sua respiração ofegante, droga, você esqueceu de seu pouco tempo...

Essa pessoa toca o seu rosto em um gesto afável e de piedade do pobre moribundo em agonia,

Mas o seu toque é gélido, sua respiração gelada.

É a morte.

E em um beijo.

Tudo acabou.




Aros Semen Amores