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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Não seja o Dragão aquele que me prende...


E lá estava o pequeno grande menino, preso em seu castelo, guardado por um dragão, gigantesco, horripilante... Não, esse conto não é da Rapunzel, é apenas a história deles, que em algum lugar dentro de si, queriam ficar juntos, mas o dragão que guardava o castelo de um deles, não deixava nem um entrar e nem o outro sair, ficando preso então, dentro do castelo feito de masmorras, frio e que só trazia a tristeza. Aquele que estava fora, fazia tudo o que podia para libertar o seu amor, o que estava dentro, fazias as coisas limitadas que ele achava que conseguia, aparentemente, uma batalha estava sendo perdida, mas ainda havia a guerra pela frente.
Ambos queriam muito ficar juntos, derrotar aquele dragão para então, serem felizes juntos, mas acontece que com o passar dos dias, o de fora notou algo um tanto quanto interessante, ele vira que o dragão na verdade é o seu próprio amor, que estava trancafiado no castelo, ou seja, talvez sem saber, aquele que estava dentro, estava trancado por si mesmo, e o dragão nada mais era, que uma parte sua, aquela que teme a felicidade, aquela que teme amar, e o medo que ele tinha, era a maior fonte de alimento do seu dragão... O que fazer nesse caso? Aquele que estava do lado de fora se desesperou e não sabia mais o que fazer, a não ser rezar, aos Deuses, aos elementos e ao seu amor, para que seu amor pudesse se libertar do dragão...
O de fora passou a amar o dragão, mas com o intento de acalmá-lo e ajudar seu amor a se libertar dele, mas enquanto aquele que está sendo mantido preso pelo próprio dragão, não passar a amá-lo, ele nunca vai se libertar dele, e será sempre infeliz, ou não plenamente feliz.
O que resta então? Paciência, até o dia em que aquele que está fora, conseguir encontrar uma forma de ajudar aquele que está lá dentro. As orações permanecerão, até o amor poder se consumir.

Aros S Amores

terça-feira, 12 de julho de 2016

O primeiro beijo...


Ao ver o monstro de longe pela primeira vez, sua primeira reação foi rir e lhe enviar um sms para falar onde ele estava, mas o sinal estava péssimo, só que ele não poderia deixar o estabelecimento sem pagar a conta, o que levou por volta de cinco infortúnios de minutos a mais que o esperado. Então, ele saiu do estabelecimento onde comera enquanto aguardava o monstro. Ainda com um sorriso bobo, ele ficou pensando e se lembrando da cara do monstro, com toda aquela desconfiança no olhar, seu andar parecia não estar procurando por ele, mas sim caçando-o, buscando-o pelo cheiro. Então ao sair do estabelecimento onde se encontrava, ele saiu em direção ao que vira o monstro indo, mas não conseguiu alcança-lo.
Meio preocupado, ligou para o monstro que ao atender, não deu oi, só perguntou - talvez meio emputecido - onde ele estava, combinaram então, o lugar para se encontrar. Ele sentado, e o monstro ainda com aquela cara de desconfiado, não procurando, mas caçando...
Ele, atento como sempre fora, viu o monstro de longe se aproximar... Os olhares... Oh, os olhares...
Ao se cruzarem, o sorriso instantâneo de ambos simultaneamente não se contiveram, e aquele que a princípio caçava, passou a sorrir apenas, indo em direção a ele, que estava sentado.
Nenhuma palavra foi de fato trocada, alguma coisa foi murmurada, mas nada trocado, pois seja lá o que foi dito, não foi compreendido, por ambas as partes. Foi quando ele foi surpreendido, pois ele não esperava nada mais que um abraço apenas, ou talvez algo mais formal, como um “shakehands”. Os lábios dele se juntou aos lábios do outro. Algo rápido, um segundo talvez, talvez quase dois segundos, mas...
Naquela tarde de calor, nem o refresco tomado há menos de dez minutos, ou mesmo o halls preto mastigado há menos de cinco minutos foi tão refrescante e molhado como aquele beijo. Os lábios do monstro simplesmente encharcaram os lábios dele, e ele, por um segundo, não respirou, guardando aquela sensação para ele. Nada foi dito em palavras, os olhares não foram observados, logo, não poder-se-ia dizer se algo for a notado pelo olhar, mas o abraço, esse sim disse muita coisa... No abraço, se era possível sentir - e quase ouvir - os corações acelerados e fortes, mas isso seria pela caminhada, pelo calor, ou pelo beijo? Fica ai a dúvida que fica a interpretação de cada um, os românticos diriam que fora pelo tão esperado beijo que depois de muito tempo, ocorreu, de forma rápida, mas... Ocorreu. Os pessimistas diriam que fora por conta do calor e da caminhada, já os com os pés no chão ou chamados ditos realistas, diriam que foi uma mistura de ambos, mas talvez não saberiam dizer qual lado estaria pendendo mais... E esse foi o primeiro beijo, dele e do monstro.


Aros Semen Amores